A concorrência dinâmica das plataformas digitais o respeito à inovação sem desprestigiar a preservação da competição na economia digital – reflexões a partir do caso “Google Shopping”

Contenido principal del artículo

Humberto Cunha dos Santos

Resumen

O artigo discute como deve ser promovida a defesa da concorrência em conciliação com o processo de inovação tecnológica no
âmbito da concorrência dinâmica das plataformas digitais, valendo-se, para tanto, de considerações suscitadas a partir da análise do julgamento do caso “Google Shopping”, concluído pelo Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade) em junho de 2019. São feitas considerações gerais sobre os desafios trazidos pelas plataformas digitais e pela forma de aplicação diferenciada do antitruste nesse meio, segundo a perspectiva schumpeteriana, a fim de ressaltar a importância da conciliação entre o antitruste e a inovação. Ao analisar o julgamento do caso “Google Shopping”, conclui-se que o Cade adotou postura excessiva de retração para evitar incorrer em erro de tipo I e assim não prejudicar a inovação. Concluise, contudo, que essa postura pode não ser a mais adequada para a proteção da concorrência na economia digital, legitimando inovações com propósitos exclusionários.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Detalles del artículo

Cómo citar
Cunha dos Santos, H. (2023). A concorrência dinâmica das plataformas digitais: o respeito à inovação sem desprestigiar a preservação da competição na economia digital – reflexões a partir do caso “Google Shopping”. Revista Do IBRAC, (1), 296–317. Recuperado a partir de https://revista.ibrac.org.br/index.php/revista/article/view/97
Sección
Artigos para Revista do IBRAC

Citas

ARROW, Kenneth J. Economic welfare and the allocation of resources for invention, In The Rate and Direction of Economic Activities: Economic and Social Factors, 609. Richard Nelson ed., 1962.

BANIA, Konstantina. The role of consumer data in the enforcement of EU competition law. European Competition Journal, 14, 38–80, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1080/17441056.2018.1429555. Acesso em 27 de julho de 2019.

BOGUS, Carl T. The new road to serfdom: the curse of bigness and the failure of antitrust, 49, University of Michigan Journal of Law Reform, 2015.

BORK, Robert. Goals of Antitrust: A Dialogue on Policy. 65 Columbia L. Rev. 365, 1965.

CARLTON, Dennis W. Market definition: use and abuse. Competition Policy International, vol.3, nº 1, 2007. Disponível em: http://ssrn.com/abstract=987061. Acesso em 27 de julho de 2019.

CHISHOLM, Alex.; JUNG, Nelson. Platform regulation — ex-ante versus ex-post intervention: evolving our antitrust tools and practices to meet the challenges of the digital economy, 11 (1), 2015. Disponível em: https://www.competitionpolicyinternational.com/wpcontent/uploads/2016/03/Platform-regulation.pdf. Acesso em 28 de julho de 2019.

COMPETITION AND MARKETS AUTHORITY – CMA. The Economics of Open and Closed Systems. Dezembro de 2014. Disponível em: https://www.gov.uk/government/uploads/system/uploads/attachment_data/file/387718/The_economics_of_open_and_closed_systems.pdf. Acesso em 11 de setembro de 2019.

COUTINHO, Diogo R.; KIRA, Beatriz. Vinhos novos em garrafas velhas. Portal Jota. Disponível em https://www.jota.info/tributos-eempresas/regulacao/vinhos-novos-em-garrafas-velhas-02072018. Acesso em 26 de julho de 2019.

CRÉMER, Jacques et al. Competition Policy for the digital era. 2019. Disponível em: http://ec.europa.eu/competition/publications/reports/kd0419345enn.pdf. Acesso em 27 de julho de 2019.

DORSEY, Elyse et al. Hipster antitrust meets public choice economics: the consumer welfare standard, rule of law and rente-seeking. Competition policy international antitrust chronical, abril de 2018.

EVANS, David S. Antitrust issues raised by the emerging global internet economy. Northwestern University Law Review Colloquy, 2008, 102: 285-306.

EVANS, David S. The consensus among economists on multisided plataforms and its implications for excluding evidence that ignores it. 2013. Disponível em: http://ssrn.com/abstract=2249817. Acesso em 27 de julho de 2019.

EVANS, David S. Multisided platforms, dynamic competition and the assesment of market power for internet-based firms. University of Chicago Law School, 2016.

EVANS, David S.; SCHMALENSEE, Richard. The antitrust analysis of multi-sided platform businesses. National Bureau Of Economic Research. MA, Cambridge, 2013.

EVANS, David S.; SCHMALENSEE, Richard. Matchmakers: the new economics of multisided platforms. Boston, MA: Harvard Business School Press, 2016.

EVANS, David. S.; MARISCAL, E. V. Market definition analysis in Latin America with applications to internetbased industries. 2013.

EZRACHI, A.; STUCKE, Maurice. Virtual competition. Oxford University Press, 2016.

FARRELL, J.; KLEMPERE, P. Coordination and lock-in: competition with switching costs and network effects. In Handbook of Industrial Organization. Vol. 3, pp. 1967–2072, Elsevier, 2007. Disponível em: https://doi.org/10.1016/S1573-448X(06)03031-7. Acesso em 28 de julho de 2019.

FIDELIS, Andressa Lin.; ORTAÇ, Zeynep. Data-driven mergers: a call for further integration of dynamic effects into competition analysis. 2017. Disponível em: https://pdfs.semanticscholar.org/0ce4/5469241cf59b9ecfcfe145e7c0447d29aff2.pdf Acesso em 26 de julho de 2019.

FURMAN, Jason et al. Unlocking digital competition: report of the digital competition expert panel. HM Treasury, March 2019. Disponível em: https://www.gov.uk/government/publications/unlocking-digitalcompetitionreport-of-the-digital-competition-expert-panel. Acesso em 27 de julho de 2019.

FRAZÃO, Ana. Direito da concorrência: pressupostos e perspectivas. São Paulo: Saraiva, 2017.

FRAZÃO, Ana. Plataformas digitais, big data e riscos para os direitos de personalidade. In: Gustavo Tepedino; Joyceane Menezes. (Org.). Autonomia privada, liberdade existencial e direitos fundamentais. Belo Horizonte: Forum, 2018, v. 1, p. 333-349.

FRAZÃO, Ana. Plataformas digitais e os desafios para a regulação jurídica. In: Leonardo Parentoni. (Org.). Direito, tecnologia e inovação. Belo Horizonte: D`Placido, 2018, v. 1, p. 635-670.

G-7. Common Understanding of G7 Competition Authorities on Competition and the Digital Economy. Paris, Junho de 2019. Disponível em: www.autoritedelaconcurrence.fr/doc/g7_common_understanding.pdf. Acesso em 25 de julho de 2019.

GEORGE J. STIGLER CENTER FOR THE STUDY OF THE ECONOMY AND THE STATE. Comittee for the study of digital platforms. MORTON, Fiona Scott (coord). Report. Maio de 2019.

GLOBAL MUSIC REPORT. Annual state of the industry. 2018. Disponível em: https://www.ifpi.org/downloads/GMR2018.pdf. Acesso em 26 de julho de 2019.

GINSBURG, Douglas H.; WRIGHT, Joshua D. Dynamic analysis and the limits of antitrust institutions. 78 Antitrust Law Journal nº 1. American Bar Association. 2012.

GOLDSMITH, J. L.; WU, Tim. Who controls the Internet? illusions of a borderless world. New York: Oxford University Press, 2006.

HAUCAP, J.; STÜHMEIER, T. Competition and antitrust in internet markets. Düsseldorf: DICE, 2015. Disponível em: http://www.dice.hhu.de/fileadmin/redaktion/Fakultaeten/Wirtschaftswissenschaftliche_Fakultaet/DICE/Discussion_Paper/199_Haucap_Stuehmeier.pdf. Acesso em 28 de julho de 2019.

HEARN, Denise; TEPPER, Jonathan. The myth of Capitalism: monopolies and the Death of Competition. Wiley, 2018.

HEYER, Ken. A world of uncertainty: economics and the globalization of antitrust. Antitrust law jornal. V. 72, n.2, p.375-422, 2005.

HOVENKAMP, Herbert. Schumpeterian Competition and Antitrust. University of Iowa Legal Studies Research Paper Number 08-43, October, 2008.

HOVENKAMP, Herbert. Antitrust and the movement of technology. University of Pennsylvania Law School. Penn Law legal scholarship repository, 2012.

KATZ, Michael L. SHELANSKI, Howard A. “Schumpeterian” Competition and antitrust policy in high-tech markets. Competition, Vol. 14, 2005.

KHAN, Lina M. Amazon´s antitrust paradox. The Yale Law Journal. nº 126:710, 2017.

KWOKA, J. E.; WHITE, L. J. The antitrust revolution: Economics, competition, and policy. New York: Oxford University Press, 2014.

MAVROIDIS, P. C.; NEVEN, D. J. Politique de la concurrence et gouvernance globale: ça se discute. Reflets et perspectives de la vie économique. LV (3), 33, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.3917/rpve.553.0033. Acesso em 28 de julho de 2019.

McGOWAN, David. Innovation, uncertainty, and stability in antitrust law. 16, Berkley Technology Law Journal, 2001.

MOTTA, Massimo; VASCONCELOS, Helder. Exclusionary pricing in a two-sided market. CEPR Discussion Paper No. 9164, 2012.

MURRAY, Andrew. Information technology law. The law and society. Second edition. Oxford: Oxford University Press. 2013.

OCDE. Revisão por Pares da OCDE sobre Legislação e Política de Concorrência: Brasil. 2019, Disponível em www.oecd.org/daf/competition/oecd-peer-reviews-of-competitionlaw-andpolicy-brazil-2019.htm Acesso em 05 de setembro de 2019.

OECD. Competition Committee. 2009

OECD. Market definition in multi-sided markets. 2017.

PETIT, Nicolas. Innovation competition, unilateral effects and merger control policy. ICLE Antitrust & Consumer Protection Research Program, 2018, Disponível em https://laweconcenter.org/wpcontent/uploads/2018/06/ICLE-Policy-ICLE-2018.pdf. Acesso em 26 de julho de 2019.

REEVES, A. P.; STUCKE, Maurice. Behavioral Antitrust. Indiana Law Journal, 86, 2011.

SCHREPEL, Thibault. Predatory innovation: the definite need for legal recognition. SMU Science and Tecnology Law Review, 2018.

SCHREPEL, Thibault. Antitrust without romance. Paris 1, Pantheon Sorbonne, Maio de 2019. Disponível em: https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=3395001. Acesso em 28 de julho de 2019.

SHAPIRO, C. Competition policy in the information economy. In E. Hope (Ed.), Competition Policy Analysis, Vol. 25, 2000. Disponível em: https://doi.org/10.4324/9780203183229.ch8. Acesso em 28 de julho de 2019.

STUCKE, Maurice E. Reconsidering antitrust´s goals. 53, Boston College Law Review, 551, 2012.

STUCKE, Maurice E.; GRUNES, Allen P. Debunking the myths over big data and antitrust. The University of Tennessee College of Law. Research paper nº 276, Setembro de 2015.

STUCKE, Maurice E.; GRUNES, Allen P. Big data and competition policy. Oxford: Oxford University Press, 2016.

VERÍSSIMO, Marcos Paulo. As condutas unilaterais e o mecanismo de consultas administrativas ao Cade. In: A Lei 12.529/2011 e a Nova Política de Defesa da Concorrência. CARVALHO, Vinicius Marques de (org.) São Paulo: Singular, 2015.

WEI, H.; GUIZHEN, H. Relevant market definition and market dominance identification. 11 (1), 10, 2015.

WU, Tim. Hearing on digital economy, 2012, OECD.

WU, Tim. Attention markets & the law, 2017a.

WU, Tim. The attention merchants: the epic struggle to get inside our heads. London: Atlantic Books, 2017b.

WU, Tim. Blind spot: the attention economy and the law. Antitrust Law Journal, 38, 2018a.

WU, Tim. The curse of bigness: antitrust in the New Gilded Age. Columbia global reports, 2018b.

WU, Tim. After consumer welfare, now what? The 'protection of competition' standard in practice. The Journal of the Competition Policy International. Columbia Public Law Research Paper No. 14-608, 2018c.