A Teoria do abuso de direito uma alternativa para interpretar a jurisprudência americana sobre refusals to deal

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Mauro Hiane de Moura

Resumo

a lei sobre refusals to deal é incrivelmente confusa – um cenário que decorre, em parte, do fato de que, embora os Tribunais sempre utilizem certas expressões-chave nas decisões que versam sobre esse tema, seu significado muda sutilmente de caso para caso. Nesse contexto, ainda que recusas de venda praticadas por um monopolista sejam tradicionalmente classificadas como casos típicos de monopolização, alguns casos sugerem que esse tipo de conduta tende a ser analisado sob uma moldura teórica diferente. Essa moldura teórica coloca grande ênfase em intenção específica e envolve ferramentas analíticas que desviam, em certa medida, do padrão aplicado a casos de monopolização. Embora ela não corresponda, oficialmente, ao estado da lei contra monopolização, a aplicação da teoria do abuso de direito a cenários de recusas de venda ajuda a explicar uma parcela substancial dos resultados atualmente suportados pela Suprema Corte, e oferece uma razão clara para a rejeição da doutrina das essential facilities.

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Como Citar
Moura, M. H. de. (2024). A Teoria do abuso de direito: uma alternativa para interpretar a jurisprudência americana sobre refusals to deal. Revista Do IBRAC, 14(6), 131–180. Recuperado de https://revista.ibrac.org.br/index.php/revista/article/view/401
Seção
Artigos para Revista do IBRAC
Biografia do Autor

Mauro Hiane de Moura

Bacharel em Direito, com láurea acadêmica, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Especialista em Economia Empresarial pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestre em Direito (LL.M.) pela Universidade de Chicago. Pós-graduando em Economia do Direito da Concorrência pela Universidade de
Londres

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