Encontrando a cabeça de bacalhau do antitruste como os subsídios governamentais podem mudar as investigações de preços predatórios?

Conteúdo do artigo principal

Amanda Athayde
Luis Henrique Perroni Fernandes

Resumo

A história revela um único caso, em 1987, em que a autoridade concorrencial brasileira condenou a prática de preços predatórios. Sob a Lei nº 12.529/2011, o CADE não decidiu pela condenação em nenhum dos vários casos em que investigou. Há uma mística em torno deste assunto no Brasil, que inclusive foi de forma bem-humorada chamado de ‘cabeça de bacalhau’ do antitruste. Mas será esse o destino dos preços predatórios no Brasil? O presente artigo desafia a condição imposta por muitos de que representações ao CADE relacionadas a preços predatórios estão fadadas ao insucesso, ao apresentar evoluções recentes no contexto internacional, sobretudo na Europa, em situações envolvendo a concessão de subsídios governamentais. Trata-se de um novo ângulo, esperamos que mais arejado, sobre o assunto, que tem como objetivo inspirar mudanças na forma como a prática de preços predatórios é investigada atualmente no Brasil.

Detalhes do artigo

Como Citar
Athayde, A., & Fernandes, L. H. P. (2023). Encontrando a cabeça de bacalhau do antitruste: como os subsídios governamentais podem mudar as investigações de preços predatórios?. Revista Do IBRAC, 2(2), 179–198. Recuperado de https://revista.ibrac.org.br/index.php/revista/article/view/205
Edição
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Amanda Athayde

Professora doutora adjunta na UnB de Direito Empresarial, concorrência, comércio internacional e compliance, consultora no Pinheiro Neto, doutora em Direito Comercial pela USP, bacharel em Direito pela UFMG e em administração de empresas com habilitação em comércio exterior pela UNA, ex-aluna da Université Paris I — Panthéon Sorbonne, autora de livros, organizadora de livros e autora de diversos artigos acadêmicos e de capítulos de livros na área de Direito Empresarial, Direito da Concorrência, comércio internacional, compliance, acordos de leniência, anticorrupção, defesa comercial e interesse público. Lattes:

Luis Henrique Perroni Fernandes

Bacharel em Direito pela PUC-SP, mestre em Direito pela University of Pennsylvania Carey Law School e advogado sênior de Pinheiro Neto Advogados, com atuação nas áreas de Direito Econômico, Direito da Concorrência, Defesa Comercial e Compliance.

Referências

ATHAYDE, Amanda; MEDRADO, Renê; MARSSOLA, Julia. Subsídios, comércio internacional e concorrência - Novos ventos na União Europeia e na OCDE e possíveis impactos para o Brasil. Migalhas, 02 de Fevereiro de 2023.

BEVIGLIA-ZAMPETTI. The Uruguay Round Agreement on Subsidies – A Forward-Looking Assessment. Journal of World Trade, no. 5, 1996.

CADE. Averiguação Preliminar n° 08012.001022/2008-25.

CADE. Averiguação Preliminar nº 08012.007897/2005-98.

CADE. Portaria CADE nº 104/2022.

CADE. Processo Administrativo nº 08012.007189/2008-08.

CADE. Processo Administrativo nº 08700.002066/2019-77.

CADE. Resolução 20/1996.

CAPOBIANCO, A. H.; CHRISTIANSEN. Competitive Neutrality and State-Owned Enterprises: Challenges and Policy Options. 2011.

DIAMOND, R. Privatization and the Definition of Subsidy: A Critical Study of Appellate Body Texturalism. Journal of International Economic Law, 2008, p. 649-654.

GOMEZ, R.; GOEREE, J.; HOLT, C. Predatory Pricing Rare Like A Unicorn, Handbook of Experimental Economics Results. 2008. Vol. Volume 1, pp. 178-184.

FMI, OCDE, BM e OMC. Subsidies, Trade, and International Cooperation, OECD Publishing, Paris. Apr. 2022.

ICN. Report on Predatory Pricing. 2008.

JASPER, Eric Hadmann; CAUHY, Bárbara de’Carli. Cabeça de bacalhau do antitruste. Portal Jota, 10 Dez. 2022.

LUENGO, Gustavo. Regulation of Subsidies and State Aids in WTO and EC Law: Conflicts in International Trade Law, Kluwer Law International, 2006.

OECD. Subsidies, Competition and Trade. 2022.

RUBINI, Luca. The definition of subsidy and state aid: WTO and EC Law in comparative perspective. Oxford University Press, 2009.

SEAE. Portaria SEAE nº 70/2002.

UNIÃO EUROPEIA. Foreign Direct Investment (FDI).

SALOMÃO FILHO, Calixto. Direito concorrencial: as condutas. 2007.